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Trabalhos técnicos do Congresso ajudam regulação a subir escada do conhecimento

Figura cativa nos Congressos da ABAR, o gerente de informações da Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (ARSAE-MG), Samuel Barbi, já viu seus trabalhos técnicos apresentados se tornarem resoluções em diversas agências pelo país. Para ele, essa é uma grande satisfação para profissionais do setor.

O prazo para inscrever resumos de trabalhos técnicos no XI Congresso da ABAR termina no dia 30 de abril. Veja aqui as condições.

A seguir, a trechos da entrevista de Barbi, um dos idealizadores do Projeto Acertar, que padroniza o processo de auditoria e certificação dos fornecedores brasileiros de água e saneamento, buscando melhorar a qualidade das informações nacionais.

O que representa a publicação de trabalhos técnicos no Congresso da ABAR?

O momento de realização do Congresso dá voz a pessoas que trabalham muito pela regulação, mas não costumam aparecer tanto. Esses trabalhos mostram as realizações de uma massa de profissionais, que ecoam entre os colegas e depois sobem para as administrações. Deles, conseguimos puxar muitas boas ideias florescendo. A seleção joga luz para a ação de muitas pessoas, o que ocorre também nas Câmaras Técnicas da ABAR, mas com uma projeção muito maior nos Congressos.

O que trabalhos apresentados em Congressos anteriores representaram para a regulação no Brasil?

Em geral, esses trabalhos técnicos alavancam ideias novas. Houve, por exemplo, a experiência de pesquisa sobre a tarifa social do saneamento básico. Uma ideia que foi trazida do setor elétrico, mas que foi aperfeiçoada em trabalho técnico apresentado no Congresso e hoje é adotada na ARSAE-MG. Outro programa que evoluiu nesses trabalhos é o Acertar, que virou uma metodologia nacional. Os estudos em geral ajudam a mudar o panorama do setor positivamente, fazendo-o subir lentamente a escada do conhecimento.

Quais seriam grandes temas em evidência no momento, que poderiam ser melhor desenvolvidos por meio de trabalhos técnicos neste ano?

No caso do saneamento básico, há um foco muito grande nas privatizações, motivado especialmente pela Medida Provisória 868. Para que a participação privada ocorra, é necessário uma atuação forte dos reguladores, que têm a missão de se preocupar com o aspecto social dos investimentos. Uma grande meta é desvendar o subsídio cruzado embutido nas companhias regionais. Temos de desvendar essas questões em parcerias com a academia. Precisamos de gente gerando, pesquisando e tratando esses dados. Até hoje, não temos um trabalho científico de referência que demonstra na prática a dinâmica do subsídio cruzado e sua efetividade para a universalização dos serviços de saneamento.

Você apresenta trabalhos técnicos nos Congressos desde 2011. O que isso significa para você e sua carreira?

Ter um trabalho ecoando em outras agências é um grande reconhecimento, embora ainda há muito a ser aperfeiçoado em termos de premiação e incentivos a pesquisa. Em Minas Gerais, muito do que desenvolvemos gerou resoluções em outras agências. É grande a satisfação quando vemos isso.

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